Um ano de Esther
Oi, Esther.
Faltam 10 minutos pro dia 22 e eu ainda não consegui te escrever porque eu estou brincando com você. Você me encontrou agora no escritório, levantou se apoiando nas minhas pernas, me olhou com seu olhar meigo, me deu um sorrisinho discreto e apontou pro computador. Cena descrita, agora vou ficar com você.
Há um ano, filha, você estava chegando pros meus braços, na tal casa verde, na água. Você veio me ajudar a concretizar um sonho e a tornar a realidade ainda mais interessante. Foi um ano difícil, mas lindo. Eu amo você na minha vida, na nossa família. Você nos trouxe mais dengo, tanta doçura.
(Uma hora e meia depois, muita brincadeira, carinho na barriga, um pouco de choro também, muita ninada e nada de você dormir…)
Ma petite, você é uma garota comilona, observadora, cautelosa, às vezes bastante assustada. Um tanto brabinha também. Amo sua carinha concentrada, com a testa franzida analisando um novo objeto, tirando e colocando incansavelmente os objetos de uma caixa qualquer. Você ainda não sabe que pode ficar em pé sem se apoiar, então às vezes se distrai e fica um tempão em pé até que entende, se assusta e logo vem exigir nossos dedinhos pra se apoiar e sair andando pela casa.
Suas brincadeiras preferidas são: pega-pega, esconde-esconde e “tira tudo das estantes”. Você gosta muito de água, de passear, ir ao parque e mexer nas pedrinhas no quintal. Você também ama livros! E eu fico encantada com sua delicadeza ao passar as páginas. Há uma semana que você realmente decidiu que quer falar. E às vezes grita, e fica num papo longo de tatata muito delicioso. Seu vocabulário no momento tem muito “papapa”, “Stéeeeer”, “EIA” (Elias), “dá” e “nanana” (que inicialmente era banana e virou qualquer coisa que você queria comer). Cadê “mamã”? Só aparece no auge de muito desespero. Mas tudo bem, eu não sou uma mãe ciumenta.
Você não é de fazer amizade fácil, arrancar um sorriso seu é trabalho árduo. Mas você reconhece os mais chegados e eles são retribuídos com muito carinho. Seu riso fácil, sua gargalhada gostosa e também aquela que parece um monstrinho (haaaaaa) são presentes meu e de Elias (desculpa, mundo!). E agora do papai também.
Sua marca registrada são esses seus dois dedinhos do meio na boca. E no auge do dengo a outra mão ainda vai mexer na orelha (na sua ou na minha). Eu me derreto com seu jeito de procurar meu olhar, de se aproximar, levantar minha blusa e deitar na minha barriga. Apaixonante quando você encosta sua testa na nossa também. Parece que você já nasceu dominando a arte de fazer carinho. Eu não sabia que poderia ainda haver espaço pra tanto dengo e carinho na minha vida. Obrigada, meu amorzinho.
Conte sempre comigo. Você sempre terá minha barriga pra repousar quando quiser. Meu maior desejo pra você hoje é que esse amor e admiração que tem entre você e Elias dure pro resto da vida. E que eu possa estar sempre do seu lado, participando da sua vida e aplaudindo seu crescimento. Que Deus te proteja de todo mal. Que o mundo seja um lugar melhor pra te receber. Que você faça o mundo um lugar melhor.
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