Lisboa
Lisboa, 11h45 (hora
local). Vôo tranquilo. Muito sono. Comida não muito boa. Café
intragável. Aeromoça meio mal educada, abria e fechava a minha
janela quando bem entendia, sem pedir licença, me dando alguns
sustos (dois, para ser precisa). O avião estava lotado. Na parte em
que estava só vi três assentos livres, e um era do meu lado.
Ninguém do meu lado. Eu do lado da janela. Perfeito. Deus não se
contentou em me proteger, Ele decidiu me mimar ! Dormi o vôo
quase todo, só acordava pra comer. Peguei dois cobertores, duas
almofadas (três, pois elas se multiplicaram enquanto eu dormia) e me
instalei o mais confortavelmente possível e dormi de sonhar.
Depois do café da manhã,
decidi ver um filme. Comecei a ver « Rio ». Estava legal,
mas chegamos ao destino final antes de poder terminar o filme ; frustrante. Uma
vez landed, sem ter tanto tempo quanto imaginava, resolvi ficar no
aeroporto mesmo, que é grande e tem uma área de alimentação digna
de shopping brasileiro na área de embarque. Indo para a porta
prevista para meu vôo, passei por uma senhora, velhinha, carregando
uma sacola e um instrumento musical, pedindo « some help »
pra um funcionário que disse não poder ajudá-la. Eu estava mais à
frente. Hesitei. Na Europa ocidental as pessoas não costumam falar
facilmente com desconhecidos. Se eu estivesse na Polônia não teria
hesitado. Mas parei para observá-la. Ela estava cansada e parou,
apoiou seu instrumento no chão. Não pude resistir. Os exemplos que
tive na vida me faziam sentir como minha responsabilidade. Lembro da
minha mãe, do meu pai, de Jether (o sogrão).
« Do you need some
help, mam ? » Eu nem lembrava que eu falava inglês.
E ela me explicou tudo
enquanto andávamos para o portão 41. Ela e sua acompanhante (de
seus 60 anos talvez – lembrava tia Ciça) estavam constrangidas :
« You're going to
the same gate ? »
« No, but it's not
a problem. I have a lot of time. »
A senhora falava com mais
eficiência do que andava. E me explicou, ofegante, que estava vindo
pra Lisboa pro casamento de um sobrinho, onde ela tocaria « mend
... l ...g »*. Ela falou mais do que isso, mas tirando as
repetições, a informação é essa. Ela estava toda orgulhosa do
seu « mend ... l ... g». E a acompanhante dizia « Don't
talk ! You're gonna be tired ! Just walk ! ».
« I'll never make it... ». Mas ela continuava andando e
falando e repitindo « I'm here for a wedding ». Eu só
fazia rir. No final, elas me agradeceram enfaticamente e partiram. I
like them :)
A vista de Lisboa é
bela. Do alto, a impressão é de que a cidade é bastante
organizada. Pude ver o famoso monumento em homenagem à época das
navegações, cujo nome não lembro nem posso pesquisar na net, uma
vez que wi-fi aqui é paga. O rapaz sentado atrás de mim,
exclamava : « Nossa como é lindo ! Meu Deus, é
lindo demais ! »
Comentários
Bjos querida!
Adorei a velhinha..ajudar faz bem a alma...msm que a as vezes a gnt n seja reconhecido..mas é como diz a famosa frase: "sempre fica um pouco de perfume na mão de quem oferece flores..."..
Beijos e uma excelente semana.Curta mt sua viagem.