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Mostrando postagens de dezembro, 2010

Estratégia

Méditerranée é um formidável jogo de estratégia. Quando estávamos na Suíça há alguns meses, na casa de Jonathan MEYLAN, nosso caríssimo amigo que nos iniciou a Linux, nós jogamos nossa primeira partida desse jogo de comércio e conquista. A primeira batalha da partida foi um ousado desafio de Érica, grávida a essa época, contra seu marido. A competição nesse jogo é tão aguçada que os cônjuges são os primeiros alvos. Depois desses dias inesquecíveis na Suíça, nós voltamos para a França falando desse jogo. Há algumas semanas, Éric, um dos pastores da nossa igreja, nos deu essa caixa mágica, comprada de segunda mão, objeto raro, item de colecionador, num Natal antecipado. Na noite do presente, nós não tivemos tempo para uma partida, mas poucos dias passaram antes que as primeiras galeras se lançassem ao mar em busca de aventuras nos nossos 27 m². O vídeo abaixo dá alguns indícios das emoções vividas durante uma partida de Méditerranée . Ele foi gravado ontem, na casa de nossos amigos indi...

Relacionamento

Rubem Alves Depois de muito meditar sobre o assunto concluí que os casamentos (relacionamentos) são de dois tipos: há os casamentos do tipo Tênis e há os casamentos do tipo Frescobol. Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam mal. Os casamentos do tipo Frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa. Explico-me. Para começar, uma afirmação de Nietzche, com a qual concordo inteiramente. Dizia ele: "Ao pensar sobre a possibilidade do casamento, cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: 'Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até sua velhice?'" Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar. Sherezade sabia disso. Sabia que os casamentos baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã, e terminam em separação, pois os prazeres do sexo se esgotam rapidamente, terminam na morte, como no fi...

Feliz Natal!

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Nosso Natal esse ano começou cedo... Dia 12 começamos as comemorações na igreja. Cada um trouxe o seu presente para Jesus. Alguns cantaram, outros dançaram. Os jovens esbanjaram talento numa peça de teatro. Um belo coral com as crianças me fez lembrar o coro dos anjos. No fim de tudo, muita fraternidade em torno de uma mesa bem garnida de doces e amigos. Uma amiga me ensinou a fazer um bolo francês típico do Natal, se chama " bûche de Noël ". No dia 14, festejamos o Natal com dois casais amigos nossos. Lareira acesa. Crianças ora brincando no tapete ora duelando pra ver quem sentaria no colo de Bernardo. Culinária francesa de primeira. Até presentes! Ganhamos um jogo de tabuleiro. Domingo, dia 19, fomos pra casa de uma amiga, onde almoçamos com ela e seu noivo. Um prato típico da Reunião . Hoje é dia 24. Estamos em casa. Natal a dois por opção. Amanhã, almoço com dois casais amigos da igreja. Deus é bom! O desejo é que o Natal dure o ano todo. Digo, o essencial do Natal. Jesu...

Vigília

Ele me ilude. Finge perdoar minha traição. Se aproxima, me faz um carinho. Um bocejo parece selar a aliança. Em seguida ele parte, o orgulho ferido, dizendo: "Por que não me procurou mais cedo?" A luz continua acesa. Vigília. Eu só queria dormir, mas o sono tá de mal de mim. 

Luge en Suisse 2008

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Machado de Assis

Poeta, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, jornalista, crítico literário. Pai do realismo brasileiro, fundador da Academia Brasileira de Letras. Bruxo do Cosme Velho para Drummond. Cupido para dois amantes da sua prosa irônica e aguda.  Desconhecíamos sua poesia. Imaginem a nossa surpresa ao esbarramos nessas linhas?  Livros e flores Teus olhos são meus livros. Que livro há aí melhor, Em que melhor se leia A página do amor? Flores me são teus lábios. Onde há mais bela flor, Em que melhor se beba O bálsamo do amor? Irônico...

Primeiro "encontro"

Aula de redação. Inútil e tediosa. Ele está sentado na carteira vizinha, ambos na primeira fila. A proximidade do professor não foi o bastante para intimidar Pedro. Foi assim que ele iniciou nosso primeiro diálogo.  "Pedro - Lá fora, as meninas estão conversando em voz alta. Sabe por que eu não posso me juntar a elas? Porque eu já saí do anonimato nessa aula. Se fosse Kenji, eu já estaria lá. Antes, o professor nem sabia meu nome; agora sabe o sobrenome, a escola literária preferida e que vou fazer letras. Lutei por ser notado. Involuntariamente, é verdade. Agora tenho saudade dos primeiros dias. E toda sua liberdade. Cecília – Essa aula faz doer teu coração também? Pedro – Não. A aula é enfadonha. O coração é só um músculo que bombeia sangue. Cecília – Chato 2 . Me admira você, um amante da literatura, um cara sensível e observador não entender uma metáfora tão simples. Pedro – Que comentário destruidor. Eu poderia cair morto depois de um tiro como esse. Você é sem-dó². Pô, eu ...

Flores e livros

Agora ganhou comunidade no orkut e no facebook. Se você nos visitou e gostou do que leu, não hesite a deixar seu recado, se inscrever para "seguir" o blog e/ou se inscrever nas comunidades: http://www.orkut.com/Main#Community?cmm=108946399 http://www.facebook.com/home.php?sk=group_112209132183367&ap=1 Boa leitura! P.S. "Escrever é lançar uma pedra no poço fundo." (Clarice Lispector)

Primeiro beijo

Eu lembro a primeira vez em que percorri aqueles lábios. Tímidos, contraídos, pálidos. Ela ainda era uma menina e não sabia. Estava em seu quarto-refúgio. Cor-de-rosa. Um urso deitado na cama. Alguns livros sobre a mesa. Porta fechada. Tocou-me delicadamente. Eu permaneci imóvel, entre suas mãos pequeninas. Ela colocou-se em frente do espelho. Sorriu de um ar sapeca. E com certa hesitação, abriu bem os olhos, esticou os lábios e me fez um carinho. Lábio superior, lábio inferior. Percorri um a um, deixando minha marca. Um colorido rosa choque naquele rosto de boneca.

Flores e água

Se concordarmos que beleza é uma grandeza circunstancial, logo, concluimos que não se pode esperar que estas linhas vislumbrem o tema o bastante para chegarmos a uma conclusão definitiva. Sejamos módicos. Uma flor é coisa frágil, às vezes cheirosa, leve e tem sua imagem vinculada a pessoas enamoradas. Água é transparente, maleável e abundante. Três adjetivos que, quando juntos, conferem imagens lindas. Imagine, por exemplo, um riachinho. Não um rio enorme, que arrasta qualquer um que tentar acariciá-lo, mas um riachinho, pequeno, agitado, jovial, fazendo um barulhinho contínuo e doce, refletindo parte da luz do sol, deixando entrar e sair o resto dela, que ilumina pedrinhas redondas no fundo. A imagen é, inegavelmente, linda. Agora, olhe para uma rosa amarela. A luz do sol, a mesma que brinca com o riacho, é ainda mais dourada nas pétalas da rosa. O amarelo do sol soma forças com o da flor. São aliados. Os espinhos carregam o mesmo gênero de beleza que deslumbra quem está diante de uma...

Fica frio!

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Sorvete, sorvete, sorvete! Traga a vasilha!

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"Jovem, aproveite a sua mocidade" Eclesiastes 11:9

Primavera. Mamãe Árvore, após um longo inverno de gestação, deu enfim à luz as primeiras folhas da estação. Bem alimentadas com a seiva vinda de longe, bem iluminadas e aquecidas pelo fiel sol de abril, as folhinhas cresceram saudáveis e numerosas. Elas sorriam verdes e satisfeitas, cantando e dançando com seu melhor amigo, Vento. Mamãe Árvore, sempre hospitaleira, recebeu as primeiras visitas. Uma delas, um certo Pássaro, de plumas negras e amarelas, se instalou definitivamente e fez de Árvore seu ninho. As folhinhas ficaram todas entusiasmadas com aquele ser. Belo, imponente, independente e - livre... Mamãe, eu queria ser como Pássaro! - disse Folha, a primogênita. - Por que, filha ? - Eu queria voar. Ir pra longe, conhecer novas terras. - Sinto muito, mas isso é impossível pra você. - Quer dizer que eu estou fadada a passar a minha vida inteira presa a você? Isso não é justo! Mamãe Árvore, vislumbrando o momento em que suas filhas, uma a uma, partiriam, calou-se. O silêncio pesado...