3 anos de Elias - meus votos

Oi, Elias.

Hoje eu queria te fazer um poema. Ou uma música. Mas nem bolo eu vou fazer. E o melhor é que eu não preciso fazer muito pra te deixar satisfeito. Você me faz sentir a melhor mãe do mundo, apesar do meu medo de falhar.
Hoje você completa 3 anos. Eu acho tudo em você perfeitinho, até seu dente quebrado, suas sobrancelhas levantadas e seus ossinhos aparentes que não deixam perceber quão comilão você é. Nesse momento da sua vida, você curte carros, Lego, Minecraft, andar de bicicleta, contar histórias e ver desenho. Você gosta de comer frutas, queijo, bolacha com maionese e rosquinhas. Você gosta de outras coisas também, claro, mas acho que essas resumem bem seus gostos atuais. Você se interessa muito por números, letras, línguas (francês e inglês), astronomia. Quase tudo o que você pega vira um foguete pra viajar pra lua, Marte, Júpiter. Você está obstinado em aprender a usar a tesoura, adora cozinhar comigo e vai ao banheiro praticamente sozinho. Você está na famosa fase dos “porquês” e a pergunta característica sua é “o que tem escrito aqui”? E eu não posso deixar de mencionar que você conhece todas as letras e sabe escrever sozinho seu nome e o título que eu ostento com tanto orgulho. Agora você está aguardando com grande expectativa o momento de tomar café pela primeira vez. Aos 3 anos e já está interessado em drogas! E amanhã de manhã eu e seu pai estaremos do seu lado, redescobrindo o mundo através do seu olhar.  
Eu tenho a impressão de que você nos dá pouquíssimo trabalho. Você chegou aos 3 sem nem dar aquele escândalo clássico no supermercado se debatendo no chão e gritando “eu quero”. E olhe que eu estava pronta, só esperando esse momento. Mas você é do tipo que ouve nossos argumentos e repete “isso é desequilibrado demais”, “isso é caro demais” e em outros contextos “tem que beber água pra hidratar o corpo”, “tem que escovar os dentes pra cárie não comer o seu dente”, “tem que botar o cinto porque é a lei”, “tem que usar o capacete pra proteger”, etc. Você já nos deu muito trabalho nas horas de dormir, mas nem isso mais.
Você é um garotinho que vem crescendo em compaixão, empatia, generosidade. E eu sinto tanto orgulho disso. Também observo com um sorriso no rosto me vendo no seu tom autoritário e seu gosto por seguir regras e leis, mesmo quando eu que sou o alvo da sua bronca. Você ainda traz consigo a gratidão genuína de criança, que tudo o que quer é um ouvido atento. E eu vou recebendo ávida dia-a-dia teus presentes, grato pelas nossas manhãs preguiçosas, com nosso acordar comprido, cheio de carinho, riso e palavras doces. “Meu amoreco”, “meu doce”, “obrigado, você é muito gentil”... Seu vocabulário só reflete doçura. Eu admiro sua obediência, sua curiosidade, sua sociabilidade. Você é um garoto sem medos. Você não tem medo do escuro, nem de pessoas desconhecidas. Você sabe que monstro, papai Noel e dragões não existem. Nós nos esforçamos pra que você apenas conheça um mundo de amor, sem abandono, sem cobrança, sem mentiras. E você tem respondido a isso com muito amor. Você demonstra muito amor pelas pessoas à sua volta, pelos animais, pelo nosso planeta. Onde você chega, você chama a atenção pela sua alegria.
Eu não quero esquecer do seu “sério?!” quando propomos algo que te deixa muito alegre, nem do seu jeito de correr com os bracinhos pra frente parecendo o super-homem (que você nem conhece), nem como você ama escalar no seu pai. Mas eu sei que você ainda vai mudar muito. E como você mesmo diz “não tem problema hahahahaha”. Eu não estou escrevendo sobre como você é. Eu estou apenas registrando como você está. E o meu amor incondicional.
Lembrar do teu riso feliz, sapeca, em êxtase com algo me faz transbordar de amor e medo. Eu só espero que o mundo esteja pronto pra te receber cheio de amor também, meu docinho. Eu só quero que o mundo não apague as faíscas da tua gargalhada.

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