40 dias de deserto

Muitos dizem que quando se casa, perde-se a liberdade. É verdade que aceitamos e queremos algumas limitações. Mas com relação aos estudos e à carreira, o casamento no meio da graduação em nada nos atrapalhou. Pelo contrário, nos fortalecemos e nos icentivamos mutualmente a crescer. Dou graças a Deus pelo marido que tenho. Marido que me instiga a avançar, que me apóia e se alegra com o meu sucesso. Faz parte disso passar um tempo separados devido a viagens, eventualmente. 

Lembro da primeira, logo no início do namoro. 10 dias de férias em Noronha. As más línguas dirão que é pouco, e que passa rápido, mas amargamos uma grande saudade que rendeu lindos poemas da parte do apaixonado namorado. Percebo também que a duração das viagens vai aumentando. Depois passei 15 dias na Polônia pro Mestrado 1. Ano passado, uns 35 dias na França pro Mestrado 2. E em algumas horas estarei eu novamente num avião, longe da minha metade, com longuíssimos 40 dias de distância pela frente. Nunca estive tão dividida quanto a uma viagem. Nunca amarguei tanto a saudade com antecedência. Nunca quis tanto que o tempo parasse um pouco antes de eu partir. 

Percebi que é recíproco e ele confirmou. Desde o fim de semana um mau-humorzinho acompanhava o marido. O diagnóstico: saudade antecipada. Ele me faz um carinho efusivo na barriga e diz: "Volte logo com Elias. Traga Elias logo pra perto de mim."


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