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Mostrando postagens de dezembro, 2012

Réveillon!

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Último dia do ano. É tradição ocidental passar a noite em claro, à espera do ano seguinte. Parece quase trazer mal agouro simplesmente dormir na noite da "virada". Réveillon é literalmente um momento de permanecer acordado, de despertar. Digo literalmente porque o vocábulo vem do verbo "réveiller" em francês, que significa "acordar". Se recuarmos mais um pouco no tempo, encontraremos no latim "velare" a origem da palavra. Réveillon é assim um imperativo. Um convite a fazermos vigília, a velar, a cuidar. É o equivalente de "despertemos!". Para a maioria esse é um momento especial do ano. Muitos fazem suas retrospectivas, o balanço do ano e planejam o ano seguinte. Um momento de festas também. De solidariedade. De esperança renovada. De "resoluções do ano". O que é positivo. Mas eu preferiria um despertar definitivo e resoluções que não se volatilizassem com o Carnaval. Eu gostaria que o sentimento altruísta fosse perene em

A quatre mãos

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Vídeo-clip da música A Quatre Mãos, de Bernardo SOUSA. A música foi apresentada au público no casamento de Bernardo e Cecília, primavera de 2008. Vidéo-clip de la chanson A Quatre Mãos, de Bernardo SOUSA. La chanson a été présentée à l'occasion du mariage de Bernardo e Cecília, printemps 2008, à Recife. A Quatre Mãos Deus te encontrou Te conduziu E te entregou pra eu cuidar. Ele me ama demais Eu não diria jamais Que um presente assim Cairia do céu pra mim Você. On a marché Bord de la mer Tu m'as montré un tel sourire Qui m'a pris par le coeur Et tes cheveux tout bouclés T'es mon plus beau rêve, la clef D'une vie remplie de bonheur. Meu Deus eu não conheço amor maior que o teu... Amor que nos juntou as mãos pra te louvar E eu louvarei sem cessar Pra agradecer por você meu maior tesouro. Deus me ensinou a te amar Nunca esquecerei que te dei Esse anel de ouro. Vamos voar Atravessar Depois do mar tem nosso lar Deus vai nos d

Spleen

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Spleen é como alguns traduzem a palavra saudade para o francês ; não sem perda, saudade parece mesmo ser palavra exclusiva da língua portuguesa. Mas com certeza o sentimento que provoca a falta ( le manque em francês) não é privilégio ou maldição dos lusófonos. Essa tal de "mélancolie  empreinte de  nostalgie , sans l'aspect maladif" segundo o wikipédia , atinge francófonos, germanofônicos,  tupinofânicos e afônicos all around the world . A dor de estar longe de pessoas que amamos é universal.  Eis um vídeo que nos faz reviver momentos de alegria  com nossos jovens amigos e irmãos do grupo de adolescentes da nossa sempre querida Igreja Batista de Clermont-Ferrand. Aprendi muito com essa amizade em Cristo, com as brincadeiras e bagunças, com as reflexões sobre Deus e a Bíblia e as perguntas sempre tão pertinentes que borbulhavam naquelas cabecinhas pensantes. Memória é uma faca de dois gumes, alivia a saudade enquanto a alimenta.

Uma dose de romantismo

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Todas as sextas-feiras Bernardo vai me buscar no trabalho pontualmente. Saio da aula e o encontro pacientemente a me esperar jogando vídeo game. Porém numa certa sexta-feira saio da aula e não o encontro. Espero um pouco e nada dele chegar. É bem verdade que nesse dia a gente tinha discutido, mas não achei que seria um motivo pra ele me abandonar nos ônibus lotados de Recife. Antes que alguém diga: "por que você não ligou pra ele?", adianto logo que sou uma das poucas pessoas que não têm um celular no século XXI e que não tinha mais ninguém na escola além do segurança com quem pouco falo. Além do mais, a gente tinha brigado, eu não estava afim de ligar... Assim após uns 15 minutos de espera, decidi ir pra casa, sozinha mesmo, de ônibus mesmo, disposta a chegar em casa dali a umas duas horas mesmo. "Tem alguma Cecília aqui? Tem alguma Cecília aqui?" Eu estava tranquila no ônibus quando de repente alguém começa a perguntar. O impulso foi fingir que era completam

Saudade

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Do seu sorriso. Do seu jeito de falar, carregado de sotaque. Do carinho grudento. Da bronca sem razão. Saudade simplesmente da sua presença. Da sua carne, do corpo que te envolvia. Dos movimentos que acompanhavam as palavras, nem sempre conexas. Da farra na cama. Cama de mãe. Que gerou, amamentou, amou apaixonadamente. Repenso no seu sorriso, cheio de dentes, bem desenhados, bem branquinhos apesar do tabaco. Da alegria de viver, apesar do sofrimento passado.  Eu gostava do corpo que te continha. Eu gostava da sua bochecha fofa e das suas mãos calejadas sempre prontas pra um afago. Saudade de ver seu corpo em movimento, desenhando sorrisos, os olhos brilhando. Cintilando tanta luz. Muita saudade. Difícil entender como esse corpo se foi murchando. Como a luz se foi extinguindo. Vê-la minguando, melancolicamente, calmamente, serenamente, tal qual a lua que a velou.

Amor de tia

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Depois de duas semanas de muito estudo e um punhado de solidão, chegou a hora de ver gente amada. Através do site covoiturage.fr , sobre o qual falei nesse post aqui , encontrei um rapaz que ia para uma cidadezinha pertinho de Châteauroux. Mel, Mikael e Luighi foram me buscar en Argenton-sur-Creuse que fica logo depois de Pont Chrétien (ponte cristã). Assim, ap ó s 4 horas de viagem (e 30 minutos de espera pelos Sousa-Tekaya aham) pude abraçar esses entes queridos e enfim conhecer meu sobrinho.  O Luighi est á  com 3 semaninhas, mas é grande e rechonchudinho. Ele tem os olhinhos puxadinhos e atentos. Um biquinho lindinho e sorridente. Umas bochechas que são pura gostosura e sa ú de.  Que privilégio e que prazer poder pegar no colo, ninar e apertar esse bebê que eu amo. Felicidade em conseguir fazê-lo parar de chorar, em sentir a respiraçãozinha dele, o coração batendo r ápido como o de um passarinho, em poder cuidar dele enquanto a mãe tenta dormir um pouco depois de u